Terapia Cognitiva-Comportamental
Indicada para:
A Terapia Cognitivo-Comportamental constitui uma abordagem ativa, focada no presente, orientada para o alívio dos sintomas e para a obtenção de resultados num prazo curto.

A utilização da Terapia Cognitivo-Comportamental está estudada para situações como: Depressão (distimia, depressão major e comportamento suicida), Ansiedade (ansiedade generalizada, perturbação de pânico, fobias, agorafobia, ansiedade social, ansiedade de desempenho), Perturbação Obsessiva-Compulsiva, Problemas Conjugais, Problemas Sexuais, Luto, Problemas de Sono, Consumos Excessivos, Perturbações Alimentares, etc. Constitui ainda uma ferramenta de auto-conhecimento, desenvolvimento pessoal e aquisição de novas competências.

Origens:
A designação Terapia Cognitivo-Comportamental é utilizada para nomear um conjunto de abordagens que utiliza conceitos e técnicas provenientes quer das Terapias Cognitivas, quer das Terapias Comportamentais. As Terapias Cognitivas, baseadas no conceito de cognição, desenvolveram-se a partir de abordagens como a terapia cognitiva de A. Beck, e a terapia racional-emotiva de A. Ellis. As Terapias Comportamentais, orientadas para a modificação do comportamento, desenvolveram-se a partir de abordagens como o trabalho de B.F. Skinner sobre o condicionamento operante e o trabalho de J. Wolpe sobre a dessensibilização sistemática. Estas duas abordagens apresentam princípios comuns, e começaram a ser utilizadas em conjunto a partir das décadas de 80 e 90.
Conceitos:
Cognições: Constituem a forma como percecionamos e interpretamos as situações. São os nossos pensamentos sobre uma situação (e não a situação em si) que desencadeiam as nossas emoções e os nossos comportamentos.
Exemplo 1: A Ana procurou terapia por se sentir muito triste e apática durante grande parte do tempo. É acompanhada por pensamentos negativos sobre si própria («não faço nada de jeito»), sobre a vida («é tudo demasiado difícil») e sobre o futuro («… e não acredito que as coisas alguma vez vão melhorar»)
Exemplo 2: O João procurou terapia após constatar que muitas das tarefas do seu quotidiano o deixam muito agitado. Alguns dos seus pensamentos relativamente a essas tarefas envolvem a expetativa de falhar («não vou conseguir cumprir o prazo») e de não ser capaz de o suportar («… e isso vai ser o fim da minha credibilidade profissional»)
Exemplo 3: A Maria procurou terapia por se sentir frequentemente insatisfeita e «explorada» nas suas relações com os outros. Alguns dos seus pensamentos em situações de conflito são: «se disser o que penso vou desiludir a outra pessoa» e «se desiludir a outra pessoa, ela vai deixar de gostar de mim».

Comportamentos: São desencadeados pelos nossos pensamentos, e constituem a forma como respondemos às situações. Muitas vezes, originam consequências que confirmam os nossos pensamentos iniciais.
Exemplo 1: A Ana abandonou alguns objetivos profissionais e pessoais, e deixou de realizar atividades que anteriormente lhe davam prazer. Passa grande parte do seu tempo livre na cama ou no sofá. Isto alimenta a sua perceção de impotência.
Exemplo 2: O João evita frequentemente as tarefas que o deixam agitado, ou adia-as até ao momento em que é impossível realizá-las. Em outros momentos, tenta fazer todas a 100% e em simultâneo, e não consegue concluí-las de forma satisfatória. Isto confirma a sua expetativa de falhar.
Exemplo 3: A Maria cede facilmente à vontade dos outros, e raramente solicita aquilo de que precisa. Fala pouco, num tom de voz baixo, e a sua postura e gestos muitas vezes expressam nervosismo. Isto faz com que frequentemente seja ignorada pelos outros.
Técnicas:

Cognitivas: 1) Análise dos pensamentos que desencadeiam as emoções e os comportamentos problemáticos. São geralmente pensamentos: a) sem consistência lógica; b) sem objetividade empírica, c) formulados de forma absolutista e dogmática; d) que não ajudam a pessoa a atingir os seus objetivos. 2) Formulação de pensamentos alternativos. São geralmente pensamentos: a) logicamente consistentes; b) empiricamente verificáveis; c) com um carácter relativo (não absoluto); d) que ajudam a pessoa a atingir os seus objetivos.
Exemplo: As técnicas cognitivas incidiriam sobre os pensamentos negativos da Ana, os pensamentos catastróficos do João e os pensamentos inibidores de assertividade da Maria

Comportamentais: Substituição dos comportamentos problemáticos por comportamentos mais adaptativos. Os comportamentos adaptativos permitem obter resultados que ajudam a questionar os pensamentos iniciais.
Exemplo 1: A Ana poderia beneficiar de uma programação de atividades suscetíveis de lhe proporcionar uma perceção de competência e de prazer, e que seriam abordadas de forma gradual.
Exemplo 2: O João poderia beneficiar quer de um treino de relaxamento, quer de um treino de gestão do tempo, quer de um treino de resolução de problemas.
Exemplo 3: A Maria poderia beneficiar de um treino de competências sociais e de comunicação assertiva.




Texto elaborado por Ana Catarina Dias - Psicoterapeuta



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